ENTENDENDO MAIS SOBRE GOVERNANÇA NA EMPRESA FAMILIAR

A prática da governança corporativa nas empresas de capital fechado depende de diversas variáveis, como, por exemplo, o estágio geracional do negócio e a estrutura da propriedade. Ademais há, na maioria dos casos, três questões-chave aplicáveis a essas empresas: a coesão dos acionistas, o direcionamento estratégico e o planejamento da sucessão. As empresas de capital fechado, em muitos casos familiares, que são capazes de adotar práticas de governança corporativa que enderecem essas três questões, conseguem influenciar de maneira decisiva (e positiva) o sucesso e perpetuidade de seus negócios. A eficiência do modelo de gestão depende da qualidade das decisões, da eficiência dos processos e do comprometimento dos recursos humanos envolvidos, além dos mecanismos e estruturas de monitoramento e controle existentes na empresa. Além dos interesses dos integrantes dos círculos família, gestão e propriedade, há os daqueles que fazem parte de mais de um círculo ao mesmo tempo: Em todo tipo de empresa, sob qualquer forma de controle, a existência de conflitos é uma realidade que pode comprometer seu resultado e sua própria sobrevivência. Regras claras de separação entre gestão e propriedade por um lado, e remuneração do capital e do trabalho por outro, são fundamentais para alinhar interesses e evitar a confusão de papéis, auxiliando a proteger a empresa de conflitos organizacionais, societários e familiares que, muitas vezes, são responsáveis por seu fim prematuro. ESTAÇÃO BUSINESS SCHOOL Uma parceria Ibmec (clique na imagem acima para ampliar) A prestação de contas e a transparência das informações tendem a reduzir a desconfiança e os abusos entre administradores e sócios e, no caso de empresas de controle familiar, entre os familiares. Sob uma ótica prática, os princípios de governança podem ser implementados, de forma exemplificativa, pela adoção das seguintes medidas:

  • Realização de reuniões periódicas para a apresentação de resultados, definição de políticas estratégicas da sociedade e das metas dos administradores, mediante a organização da agenda de reuniões com antecedência;
  • Elaboração de atas por escrito das reuniões realizadas, contendo a formalização das decisões tomadas e assinadas pelos presentes;
  • Constituição de um Conselho de Família para discussão de assuntos familiares e alinhamento de expectativas quanto à empresa;
  • Estabelecimento de uma política de dividendos clara e em consonância com a capacidade financeira da sociedade;
  • Estabelecimento de regras para a contratação e remuneração de membros da família que vierem a trabalhar na empresa;
  • Avaliação da contratação de auditores independentes para revisão das práticas contábeis da empresa;
  • Estabelecimento de um código de conduta com regras que vinculem sócios, administradores e funcionários, incluindo regras para operações com partes relacionadas.
É importante fazer uma análise da estrutura de poder e gestão em cada empresa e família para se chegar ao “equilíbrio perfeito” capaz de alinhar as expectativas e objetivos dos envolvidos, garantindo o resultado esperado e “planejado” por todos. Domingues Sociedade de Advogados www.dmgsa.com.br Com a colaboração de Dr. Gabriel Zugman Fonte: www.ibgc.org.br / www.economia.estadao.com.br / www.adm.ufba.br]]>